Você Pode Ser A Mulher Que Quiser

8 de março - Dia Internacional da Mulher.

Muito foi conquistado ao longo desses anos de luta pelos direitos da mulher. Nada nos foi dado, tudo foi conquistado. Se hoje somos ouvidas, respeitadas, incluídas, consideradas, muitas mulheres sofreram, lutaram, choraram e morreram para termos esses direitos. Por isso a importância de comemorarmos e refletirmos sobre essas conquistas, porque ainda há muito a se conquistar.

Os índices de violência contra mulheres ainda são assustadores, mulheres são desrespeitadas por estranhos, por seus parceiros, por outros familiares e até por outras mulheres. Ainda lutamos por igualdade em locais de trabalho, pelo direito a nosso corpo, a ter as rédeas da nossa vida. Ainda vivemos sob um clima de opressão e submissão social.

O ser humano é uma construção sócio-histórica, ele se constrói através da interação com o meio, sobre uma influência social, histórica e cultural, alguns autores consideram também fatores biológicos nesta formação. A construção do feminino, do ser mulher, é desenvolvida através de normas, valores e discursos sociais de cada época ao longo da história, sob um olhar social ainda carregado de privações, obrigações e imposições. Tudo isso somado a características biológicas que nos provocam "explosões" hormonais acabam nos colocando em um lugar de vulnerabilidade e submissão. Ainda permitimos que os outros, a sociedade, nos digam como devemos ser e engrossamos esse discurso, imputando outras mulheres a cumprirem essas exigências: " _ Mulher tem que ser magra, bela, comportada, delicada, frágil, sensível..."

Podemos ao mesmo tempo ser fortes e fracas, belas ou feias, fortes ou fracas, poderosas ou vulneráveis. Podemos e somos, conforme as circunstâncias nos exigem. Podemos casar ou sermos solteiras, podemos ter uma carreira ou ser donas de casa, podemos ter filhos ou não, podemos até casar, ser mães e ter uma carreira , tudo junto, se quisermos. Podemos escolher quem queremos amar, podemos aceitar quem nos ama ou não. Não somos obrigadas a nada. Não somos mais.

Para Simone de Beauvoir (1908-1986), escritora e filósofa francesa, "não se nasce mulher, torna-se mulher" . É a vivência que nos torna a mulher que somos. As mudanças sociais e históricas levaram as mulheres a buscar mudanças em seu papel social e histórico, em sua existência, mudanças que hoje nós vivenciamos e temos a obrigação de manter e ampliar para gerações futuras.

Muitas mulheres lutaram e lutam por isso, mas também, alguns homens sensibilizados com a luta feminina, porque não é uma luta entre sexos, não é uma guerra de sexos, é uma luta pela dignidade humana, contra o preconceito, a desvalorização e a violência contra a mulher. Afinal todos tem mãe, tias, irmãs, sobrinhas, netas, amigas, esposas.

Você hoje pode se tornar a mulher que você quiser e deve lutar para que outras depois de você possam continuar sendo a mulher que quiserem ser.

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