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Você está vivendo ou sobrevivendo?

Essa semana li uma notícia que me impactou positivamente. Era sobre uma senhora que publicou seu primeiro livro de poesias aos 101 anos. Fiquem perplexa. Neste momento em que encontro tantas pessoas indecisas, desejando desesperadamente saber o que vai acontecer com o mundo e com suas vidas, e se paralisam pela dúvida e o temor do desconhecido, me vem essa senhora, maravilhosa, e me mostra que tudo o que eu preciso fazer é viver, sem me preocupar, excessivamente, com o que vai acontecer amanhã. Então me peguei perguntando: Mas eu estou vivendo ou sobrevivendo?


Sim, eu sei o momento está difícil, talvez nunca tínhamos vivido com tanta incerteza. Mas quando a vida nos deu certezas? A vida é tão incerta. Quantas vezes planejamos exaustivamente e vem a vida e muda tudo. Planejamos casar e o noivado termina, achamos que encontramos o homem da nossa vida e ele se demonstra um mal caráter, planejamos ter filhos e a gravidez não vem, planejamos engravidar mais tarde e somos surpreendidas por uma gravidez inesperada, planejamos viajar e precisamos gastar o dinheiro em uma emergência. Então, que certeza é essa que estamos exigindo neste momento? A vida nunca nos deu.


Como se não bastasse a nossa busca incessante pela certeza, que nunca virá e nos deixa estressadas, vem a frustração, uma sensação de vazio, de que nossa luta não vale a pena e então começamos a sobreviver, acreditando que não é possível viver a vida que gostaríamos de ter. Custa ter uma vida feliz? Nos perguntamos. Custa as coisas acontecerem como eu quero que aconteça? Continuamos. Ah, se a vida fosse tão fácil como a gente quer... Acho que a vida ri de nós. Então entramos no modo de sobrevida. Não vai fazer diferença mesmo. Será que não?


Voltemos a senhora centenária, minha musa inspiradora do momento. A matéria diz que ela sempre foi uma mulher criativa, trabalhava como arquiteta e escultora, mas só começou a escrever aos noventa anos e também nessa idade se formou em Harvard. Será que numa jornada dessa saiu tudo como ela queria? Provavelmente não, mas perceberam a característica dela, que o autor destacou, criativa. Fiquei pensando que talvez o que esse exemplo de vida está nos mostrando é que ao invés de ficarmos desapontadas em não conseguirmos realizar o que planejamos, devemos ser mais criativas. Será que a vida que ela leva hoje, com 101 anos, permite que ela continue com as atividades que fazia antes? Provavelmente não. Será que escrever poesia não era um desejo antigo que só foi possível realizar depois dos 90? E será que ela não decidiu viver um dia de cada vez e viver o melhor possível ao invés de ficar lamentando o que não pode realizar e apenas sobreviver?


Tantas perguntas... Mas não estou preocupada com as respostas, não vou me permitir entrar no modo sobrevida. Não sei se viverei 101 anos ou se vou morrer daqui a pouco, mas sei que vou procurar viver, da melhor maneira possível, cada minuto, realizando o que a vida me permitir, usufruindo o que ela me der e não perdendo o meu tempo lamentando o que não pude conquistar. Chega de contar derrotas. Daqui pra frente só as vitórias ocuparão meu tempo. Chega de ficar esperando para ser feliz. Chega de limitar a felicidade a uma única alternativa.


Viva um dia de cada fez. Sinta cada momento, curta cada conquista. Viva o hoje, nunca sabemos se haverá amanhã. E se acontecer de você também viver 101 anos, terá vivido 101 anos de aventuras, felicidades, conquistas e também frustrações e derrotas, com incertezas e dúvidas, mas terá vivido, não apenas sobrevivido.





Para quem quiser ler a matéria sobre Sarah Yerkes, a senhora que mencionei, clique aqui.









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